Convidados pelo LARGO DAS ARTES para o "Laboratório da Destruição", eu e Pedro Diaz apresentamos a Tecnoferenda, performance que honrava e invocava os nossos obsoletos antepassados tecnológicos. Uma encruzilhada feita de material reciclado. Instrumentos musicais distribuídos aos que assistiam. E uma tv preparada com azul de metileno, violeta genciana entre outros pigmentos para ser o objeto sacrificado.

"A partir de outros trabalhos relacionados com metareciclagem, ruidocracia e sincretismos vimos no laboratório da destruição uma oportunidade de desdobramento dessa linha de instalação e performance." Pedro Diaz.

Largo de São Francisco, AGO.2014.
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Durante uma tarde, estudamos e compartilhamos técnicas de metamorfose e reconfiguração. Reações, dissoluções, eletrólise - que novos caminhos, novos modos de existir e de sentir podemos encontrar na destruição?

Somos o que destruímos. A erosão permeia os pensamentos e apara arestas indesejadas. Imagens cáusticas corroem a obstrução visual, abrem caminhos para fluxos maleáveis. A sublimação nos leva do concreto ao vaporoso, solventes reconfiguram sólidos em fluidos de finas camadas plásticas. Removedores, no entanto, podem ter efeitos nocivos; as manchas são sempre os elementos mais vivos do tecido social. A remoção aplaina os territórios, mas os resíduos resistem.

A destruição que propomos dialoga com o avesso do niilismo. Ela não se confunde com o messianismo da destruição porque diz respeito a uma metamorfose constituída a partir do devir-outro, da transformação radical e sem volta que se dá em nós mesmos. É seguindo os fluxos das operações de intensidade que propomos nosso Lab. da destruição: mais dança e menos piedade!

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Esta ação fez parte da mostra "to see what is coming", em cartaz no Largo das Artes em agosto e setembro de 2014. Com curadoria de Bernardo José de Souza e Michelle Sommer, "to see what is coming" foi concebida como resultado do workshop "Práticas Curatoriais Contemporâneas: pensamentos, processos e materializações", ministrado pelos dois curadores, entre abril e julho deste ano, no Largo das Artes. A mostra parte da investigação das noções de pós-humanismo, plastic destruction e segunda natureza, flertando com a ficção científica para explorar através da arte nossa relação com o futuro, seja acionando o passado ou mesmo debatendo o presente.